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Um tapinha não dói

Stephanes Junior não gostou nada do vídeo divulgado no site You Tube em que aparece levando tabefes do secretário Estadual de Educação Maurício Requião ao som de funk. Ameaçou processar ninguém menos que o irmão caçula do governador. O vídeo foi a gota d’água da enxurrada de provocações feitas por Maurício Requião, que insistia na punição de Stephanes, mesmo depois da turma acender o cachimbo da paz peemedebista.



Depois Stephanes recuou. Mesmo sendo filho de ministro do presidente Lula. A briga dos dois começou depois que Stephanes votou com a Oposição na Assembléia exigindo a convocação do secretário de Comunicação Social, Airton Pisseti. Também pudera. Está difícil para os deputados votarem com o governo. A série de escândalos envolvendo o Governo Requião são evidentes, difíceis de negar.

Romanelli, por exemplo, ficou sem palavras quando foi questionado por jornalistas a respeito da prestação de contas do primeiro quadrimestre do ano. Saiu mal na foto. Literalmente. Com cara de bobo e uma baita legenda: “Líder do governo Luiz Cláudio Romanelli disse não saber nada sobre audiência”.

O destempero de Maurício Requião no caso Stephanes não surpreende diante da forma como vem conduzindo a Secretaria de Educação. Diante dos repórteres, sempre bem humorado e com dezenas de números sobre os programas em desenvolvimento. Exemplo, as televisões alaranjadas com entrada USB.

– Uma para cada sala de aula, explicou Maurício, na escolinha do irmão.

Na prática, o atendimento deixa a desejar. Principalmente no interior, onde estão concentradas as estatísticas de trabalho infantil recém divulgadas no estudo inédito do Ipardes. A coisa está pra lá de preta, garante Geraldo Serathiuk, da Delegacia Regional do Trabalho. Faltam vagas na escola, sobram crianças na lavoura. Muitas vezes simplesmente não há vagas.

No Distrito de Catanduvas do Sul, localidade incrustada entre Araucária e Contenda, o Governo do Estado não é capaz de atender o crescimento da demanda. Este ano, a escola matriculou mais ou menos 240 crianças, umas 80 a mais que no ano anterior. Ficaram sem sala de aula, claro.

Também foi formada a primeira turma de ensino médio, mas já há demanda para turmas de 2º anos também, garante a diretora. As dependências da pequena Escola Municipal Nossa Senhora das Graças ficaram pequenas para abrigar o ensino do estado. Sim, a escola é do município. Mal tem espaço para os alunos, que dizer de biblioteca, computadores e das tão comentadas televisões laranjas com entrada USB.

Dilema posto, solução de pároco. Duas turmas de alunos da Escola Estadual Doutor Adhelmar Sicuro foram transferidas para o velho Seminário Vicentino de Catanduvas, cedido de bom coração, é verdade, mas infra-estrutura, nem energia elétrica nem fornecimento de água. Os educadores sonham com dias melhores. Reformar o espaço, reativar a vocação letiva do prédio onde jovens um dia estudaram latim e teologia.


Duas turmas assistem aula provisoriamente no Seminário Vicentino